terça-feira, 12 de junho de 2012

A última cartada

Mídia desesperada, muda o tom e começa a atacar o auxilio estudantil.
Em nada me surpreende o fato de que os eventos ocorridos na madrugada do último dia três de junho, aos poucos tenham mudado de foco. O que inicialmente foi reportado por alguns meios de comunicação local como baderna e agressão contra um policial, aos pouco (graças as imagens) passou para o debate da violência policial e abuso de autoridade e agora esta no âmbito do merecimento ou não da assistência estudantil.
Neste exato momento, esta ocorrendo uma batalha no campo ideológico onde as diferentes versões sobre um mesmo fato se digladiam frente à sociedade iguaçuense, cada qual intentando mostrar a sua validade. Ou seja, agora não se trata somente de justiça, mas sim de conquistar a opinião pública. A mídia lançava a versão dela, nós refutávamos e apresentávamos nossa versão. A imprensa partia de uma “verdade” pré-concebida (unileiros são baderneiros) e buscava fatos para comprovar essa “verdade”, enquanto nós nos defendíamos. Foi assim foi durante uma semana.
Entretanto, na ultima segunda-feira o tom da conversa mudou. A violência policial passou para segundo plano e os auxílios estudantis ganharam destaque. Esse é um excelente exemplo de desespero intelectual, pois na inexistência de argumentos convincentes se recorre a desmoralização do adversário perante a sociedade. E neste quesito uma determinada emissora é campeã!
Porquê atacar o auxilio estudantil? Qual sua finalidade? O que se ganha com isso? Simplesmente porque se têm total consciência de que sem ele, a maioria absoluta dos estudantes, estrangeiros e brasileiros oriundos de escolas públicas, ficarão impossibilitados de continuar os estudos, abrindo assim as portas da UNILA para os filhos da burguesia iguaçuense, que diga-se de passagem, sempre estudaram em colégios particulares, ingressem em uma universidade federal tirando o sonho de centenas de jovens menos abastados.
Ou seja, a mídia perdeu o debate e agora quer nos expulsar da cidade!
Esse auxílio estudantil que a imprensa põe como uma regalia da UNILA é na verdade um direito adquirido e conquistado com muita luta. E vale, não só para nossa instituição, como também para TODAS as universidades federais! É o decreto nº 7.234, de julho de 2010, assinado pelo ex-presidente Lula e pelo ex-ministro da educação Fernado Hadad.
Esse auxílio tem objetivos bem claros: democratizar as condições de permanência dos jovens na educação superior, minimizar os efeitos das desigualdades sociais e regionais, reduzir as taxas de retenção e evasão e contribuir para a inclusão social pela educação.
Isto é, o decreto acima citado, trata-se de uma ação afirmativa de ingresso e permanência do jovem em estado de risco socioeconômico na universidade pública. O que de fato, muito incomoda alguns setores da sociedade.
Por fim, deixamos claro nosso repúdio a este ataque desesperado contra nossos direitos. E reiteramos que não são regalias, mas parte de uma politica que visa atenuar as mazelas sociais brasileiras e latino americanas através da educação, e assim dar um suspiro de esperança aos povos sofridos do nosso continente marcado pelo abismo entre ricos e pobres.

Leia o decreto presidencial na integra:



4 comentários:

  1. "Porquê atacar o auxilio estudantil? Qual sua finalidade? O que se ganha com isso? Simplesmente porque se têm total consciência de que sem ele, a maioria absoluta dos estudantes, estrangeiros e brasileiros oriundos de escolas públicas, ficarão impossibilitados de continuar os estudos, abrindo assim as portas da UNILA para os filhos da burguesia iguaçuense, que diga-se de passagem, sempre estudaram em colégios particulares, ingressem em uma universidade federal tirando o sonho de centenas de jovens menos abastados"

    Não quer ser vítima de preconceito e generalizaçÃo, não aja com preconceito e generalização.
    Se por ventura classes abastadas escolhem uma instituição de ensino particular é porque creem (ou porque sabem) que a instituição pública sofre com falta de verba, qualificação profissional e qualidade de ensino, e podem arcar com as despesas de uma mensalidade escolar. Ao invés de atacar a precariedade do barco é mais fácil atacar quem foge de bote...
    A forma de ingresso na universidade é a mesma. ENEM.
    Todas as classes passam por este exame. As vagas são separadas em brasileiros e extrangeiros, nós (brasileiros) não "competimos" com os estudantes que vem de outros países e necessitam dos auxílios. Logo nós (repito: BRASILEIROS) nao necessitamos de excusas para desmerecer o auxílio estudantil (porque se faz necessário)e ainda temos o direito de exigir um bom uso. Porque somo nós que pagamos este auxílio através dos
    impostos.
    Voltando ao ENEM. O sonho da classe menos abastada de entrar em uma instituição federal tem sido facilitado. Tanto pelo acréscimo nas notas de quem cursou em intituição pública, quanto pelo PROUNI quanto pelo PNAES. Na UNILA mesmo, a média do ENEM para quem estudou os três anos em escola pública era multiplicada por 1.5. Não critiquemos sem fundamento.
    O auxílio é instituido por lei e não tem porque ser criticado.
    O que pode e deve ser criticado é o seu uso (as vezes equivocado)e pago com dinheiro público (R$ 300,00 alimentação - R$ 500,00 moradia - R$ 55,00 de transporte) o que dá quase R$ 770.000,00 mensais à menos dos cofres públicos.
    O problema não é a Burguesia de Foz. O problema não é o auxílio estudantil. O problema é a falta de interesse do Brasil por parte da educação. O problema é o Brasil fazer propaganda e não responder no mesmo nível. O problema é a falta de compromisso do Brasil com a UNILA. O problema é outro. E ao invés de nos juntarmos para melhora-lo é mais fácil atacarmo-nos, separarmo-nos (ou o "burguesinho" e o "pé-rapado" não fazem parte do mesmo país?) e servirmos de JOGUETE.

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  2. O problema é a falta de compromisso em geral que as pessoas têm com o social, e Unileiros, atenham-se à diminuir o abismo entre ricos e pobres, o ambiente universitário, público e privado é para iluminar suas mentes e não para carburar. A política que vocês se beneficiam é como se fosse uma mãe, e a sociedade cobra, a mídia é só a mídia, não sejam ingênuos e reajam de forma inteligente: com resultado. Não importa o que te leva até a porta da Universidade, suas dificuldades nunca foram ignoradas, sempre estiveram presentes para todos que quisessem ver, estude antropologia e verás que o comportamento que acusas está dentro de você também. A questão é: o que você faz com a oportunidade na mão? Estão revoltados por serem generalizados mas ainda são imaturos e não buscaram conhecer a história da cidade que vocês estão. Até parece que sai da Itaipu uma fonte inesgotável que jorra mel e ouro para os quase 300 mil habitantes. Não percam tempo buscando esse tipo de informação. Sejam exemplos, a nova geração, incluída por oportunidades. Está na mão. Até onde eu sei, dinheiro vem do trabalho ou da corrupção, que lado vocês estão? Aproveitem bem, afinal, eu, que não sou isento de imposto pois gero capital, estou pagando e limpei até privada para estudar.

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  3. Foge, meu amigo, para a soledade; vejo-te aqui aguilhoado por moscas venenosas.
    Foge para onde sopre um vento rijo.
    Foge para a tua soledade. Viverás próximo demais dos pequenos mesquinhos. Foge da sua vingança invisível! Para ti não mais que vingança.
    Não levantes mais o braço contra eles!
    São inumeráveis, e o teu destino não é ser enxota-moscas!
    São inumeráveis esses pequeninos e mesquinhos; e altivos edifícios se têm visto destruídos por gotas de chuva e ervas ruins.
    Não és uma pedra, mas já te fenderam infinitas gotas. Infinitas gotas continuarão a fender-te e a quebrar-te.
    Vejo-te cansado das moscas venenosas, vejo-te arranhado e ensangüentado, e o teu orgulho nem uma só vez se quer encolerizar.
    Elas desejariam o teu sangue com a maior inocência; as suas almas anêmicas reclamam sangue e picam com a maior inocência.
    Mas tu, que és profundo, sentias profundamente até as pequenas feridas, e antes da cura já passeava outra vez pela tua mão o mesmo inseto venenoso.
    Pareces-me altivo demais para matar esse glutões; mas repara, não venha a ser destino teu suportar toda a sua venenosa injustiça!
    Também zumbem à tua roda com os seus louvores. Importunidades: eis os seus louvores. Querem estar perto da tua pele e do teu sangue.
    Adulam-te como um deus ou um diabo! choramingam diante de ti como de um deus ou de um diabo. Que importa?
    São aduladores e choramingas, nada mais.
    Também sucede fazerem-se amáveis contigo; mas foi sempre essa a astúcia dos covardes. É verdade; os covardes são astutos!
    Pensam muito em ti com a alma mesquinha. Suspeitam sempre de ti. Tudo o que dá muito que pensar se torna suspeito.
    Castigam-te pelas tuas virtudes todas.
    Só te perdoam verdadeiramente os teus erros.
    Como és benévolo e justo, dizes: “Não têm culpa da pequenez da sua existência”. Mas a sua alma acanhada pensa: “Toda a grande existência é culpada”.
    Mesmo que sejas benévolo com eles, ainda se consideram desprezados por ti e pagam o teu benefício com ações dissimuladas.
    O teu mudo orgulho contraria-os sempre, e alvorotam quando acertas em ser bastante modesto para ser vaidoso.
    O que reconhecemos num homem infamamos-lhe também nele. Livra-te, portanto, dos pequenos.
    Na tua presença sentem-se pequenos, e sua baixeza arde em invisível vingança contra ti.
    Não notaste como costumávamos emudecer quando te aproximava deles, e como as forças os abandonavam tal como a fumaça que se extingue?
    Sim, meu amigo; és a consciência roedora dos teus próximos, porque não são dignos de ti. Por isso te odeiam e quereriam sugar-te o sangue.
    Os teus próximos hão de ser sempre moscas venenosas. E o que é grande em ti deve precisamente torná-los mais venenosos e mais semelhantes às moscas.
    Foge, meu amigo, para a tua soledade, para além onde sopre vento rijo e forte. Não é destino teu ser enxota-moscas”.
    Assim falava Zaratustra.

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  4. A diferença da política de direita e a esquerda é que enquanto a primeira luta para a conquista individual, a liberdade, a segunda luta pela interferencia na liberdade dos outros. A esquerda quer por meio da força fazer você engolir a ideologia deles: usar o transporte publico, pagar impostos para algo que você não recebe, etc, ao passo que a direita lhe dá a liberdade para fazer o que você quiser: quer ser um hippie e viver de agricultura de subsistência? Você pode! Que usar transporte público? Você pode! Quer trabalhar e ter uma vida digna! Você pode muito bem!

    Deixem de ser coitadinhos e virem HOMENS que trabalham para ter o que querem, e não ganham tudo da mão dos outros.

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